terça-feira, 22 de abril de 2014

Romance de Sílvio Locato é preferido do público, prova de que o livro se vende pela capa

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Com uma capa prá lá de sensual, o escritor Sílvio Locato, heterônimo de F. J. Hora, provou que o livro se vende pela capa.

O romance foi escrito em 2003, mas é bem atual e traz uma novidade: a dupla narração. Isso mesmo: dois narradores. Com um estilo típico de se envolver com suas musas ou heterônimas, o poeta e escritor deixa que elas narrem, porém, se intromete na história dando a sua versão ou simplesmente comentando ou enriquecendo a narrativa com novas informações ou questionamentos.

A obra é narrada por Cristina, uma de suas supostas musas. Por esse raciocínio entende-se que José Pedro seja o próprio Sílvio. No entanto, a história trata da iniciação sexual e consequente processo de maturação de uma menina que descobre os vários conceitos de vida, impregnados pela filosofia da vida natural.

Apesar da obra não situar o leitor num período histórico exato, subeentende-se que se trata do ano de 2003 e que esteja na pequena cidade natal do escritor ou suas proximidades.

O autor usa uma linguagem simples e regional, onde através de flasbacks a narradora consegue desvendar os mistérios que envolvem seu passado em torno da descoberta do sexo e o mais importante: a descoberta do amor.

O que chama a atenção dos leitores, além da capa, é a descrição do universo das garotas e todas as suas intimidades. Aos poucos a vida particular e todos os seus promenores vão sendo descritos e inseridos no universo do leitor como se fossem normais e, apesar do pseudo-incesto, o ambiente é bem familiar.

Uma menina em desenvolvimento, quatro amigas já adiantadas ou precoces vivem num ambiente promíscuo e devasso da periferia da cidade e no campo, consegue a liberdade de liberar suas fantasias proibidas para a sociedade urbana.

Sílvio também apresenta o protótipo do garanhão, pois, José Pedro, segundo a narradora pegou todas. E ele próprio confessa, mesmo antes de casar com a menina, que teve relações sexuais com uma das amigas de Cristina. E são as amizades, chamadas de “Panteras” que acabam influenciando e desencadeando a iniciação sexual precoce da protagonista da obra.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O ROMANCE

1. Quem é Sílvio Locato e o que é heterônimo?

Sílvio Locato é uma entidade poética, uma outra personalidade de seu ortônimo F. J. Hora, pois tem biografia, vida e estilo literário diferentes. Inicialmente seria um pseudônimo, mas à partir de 2004, iniciou-se o processo de desvinculação que tornou independente as duas figuras, inclusive quando F. J. Hora resolveu estudar o estilo de Sílvio e comparar ao seu.

Heterônimo significa nome diferente ou outro nome. Na literatura, diz-se da personalidade de um autor desmembrada em estilos diferentes, sendo atribuidos nome, biografia, vida e estilos próprios para cada nova pessoa.

2. Qual o tema e o objetivo do romance?

O tema é a iniciação sexual precoce, sem preparação, nem decisão firme. Tem como objetivo apresentar o novo estilo e forma de escrever de Sílvio Locato que insere informações sobre o sua visão de mundo e, apresenta Cristina como uma cobaia do processo de enganos e desenganos que a vida nos oferece.

Na verdade, José Pedro tenta criar e preparar Cristina pra ele, porém, não consegue impedir que ela descubra o verdadeiro caminho ou sofra as consequências dos seus atos, senão, desencaderia uma série de traumas e remorso caso fosse ele o primeiro homem da menina.

3. Que processos da teoria originalista estão presentes na narrativa?

Cristina está inserida no modelo de vida que Sílvio intitulou de Estado Natural – o estágio final do processo de originalização do ser humano. Nota-se pela nudez espontânea de Cristina e das suas amigas, porém, com uma diferença, a menina era por ingenuidade, já as amigas era por ostentação mesmo. E, não tinham passado pela confraternização através do amor – o primeiro estágio do processo.

A vida pastoril é mais valorizada, ao invés de se preferir a vida urbana. A narrativa mostra que a vida urbana abre os horizontes, porém, Cristina está despreparada, encantada com esse mundo e se seu tutor a prendesse seria pior.

4. Qual a fase mais importante da menina-mulher?

São três fases: O Sonho, Na Luz Do Dia, e, A Entrega. Em tese, não há nenhuma mais importante que a outra, mas o último é o que consegue descrever o estágio final do desenvolvimento de Cristina. A natureza lhe fez mulher à partir da maternidade e não com a perda da virgindade, mas ela continuava sendo menina.

O Sonho é a fase em que Cristina traça sua visão de mundo pelo que ela sonha como criança e adolescente e isso lhe persegue pelo resto da vida, somente em Na Luz Do Dia é que as coisas ficam claras, o esclareciemento sobre o o que pode ser realizado e o que é, digamos, utopia, por mais que se realize inconscientemente. E, por último, A Entrega, é nessa fase que Cristina se torna mãe e forma uma família. É quando ela passa a ter um lar, diferente de tudo o que ela viveu desde criança, pois não teve pai e viveu poucos anos com sua mãe.

5. Quais outros temas são explorados no romance/novela?

Os temas são os conceitos das coisas e dos seres. Por um lado, a visão de mundo de Cristina e por outro, a de José Pedro. Falam sobre o caráter das mulheres na puberdade, romantismo, futilidade, intimidades como a primeira vez, o primeiro beijo, a descoberta do sexo na infância, a maternidade e a vida sexual antes e depois do casamento.

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