domingo, 27 de abril de 2014

FESTIVAL DE POESIA FALADA DE JAPARATUBA: Gilberto dos Santos, maior poeta Japaratubense

Capa do FestivalImagens: Prefeitura de Japaratuba.

O XXVIII Festival de Poesia Falada Poeta Garcia Rosa, Prêmio Gilberto dos Santos, realizado na noite de ontem, foi o reconhecimento de a um dos mais importantes artistas e intelctuais contemporâneos, consagrando-o não só como artista, mas como ser humano que luta pelos seus ideiais e pela coletividade.

Veja as premiações:

Tendo como julgadores o Sr. Waltinho Hora, Giordana Santos, Grayce Silva dos Santos, Jussileide Ramos Bomfim, entre outros, estes escolheram como melhor poesia/apresentação por ordem os seguintes trabalhos:

1º Lugar: LÁGRIMAS DE SANGUE – O Caçador de Estrelas (Darquiran Costa);

2º Lugar: VIA CRUCIS NA MADRUGADA – Peregrino da Arte (Péricles da Rocha);

3º Lugar: SUBLIME CRIAÇÃO À IMAGEM E SEMELHANÇA – Michelângelo (João Batista Rocha);

4º Lugar: VOCÊ TEM TÍTULO? – Diego Sansi

5º FENIX – Menina (Andreia Costa)

MELHOR INTÉRPRETE: Jadson Rocha (com o poema SUBLIME CRIAÇÃO À IMAGEM E SEMELHANÇA )

 

O EVENTO

Se espelhado pelo exemplo do homenageado desse ano, a 18ª edição, fica na história como o primeiro passo para a repaginação e reformulação do festival de poesia falada que caminha para desmistificar o produto final como produção teatral em detrimento do texto poético.

Começou mais ou menos ás 21 horas e estendeu-se até mais das 23 horas, conforme previsto sem mais transtornos, apesar de algumas falhas na organização.

As apresentações seguiram conforme a ordem sem alteração, apenas um não constando no livreto, mas participante da noite, o poema UM SONETO QUE FOSSE COMO O MAR, de Afonsinho Rosa.

Após as apresentações, várias homenagens ao título homonõnimo do PRÊMIO deste ano, o Sr. Gilberto Santos foi condecorado pelas palavras de poetas como Darquiran Costa e o autor de POR UMA QUESTÃO DE POBREZA,  além de Waltinho Hora, Elizete, Bidu, dentre outros.

Encerrando com o informe dos vencedores e suas respectivas premiações, após as apresentações seguiram os shows de Íntimus do Samba e, Décio Nunes finalizando a noite!

O HOMENAGEADO

Gilberto dos Santos, chamado de “Gibras” pela saudosa Professora Maria de Souza Campos, não é uma figura qualquer da nossa história. É poeta, intelectual, político e defensor da cultura e causas sociais como nunca se viu em nosso município.

Dono de uma biografia impecável, tem em seu currículo a luta social oriunda de sua experiência nos diversos conselhos em que presidiu ou fez parte desde o início dos anos 70 em nosso município.

Nada mais justo que a sociedade compartilhe desse reconhecimento, onde a classe artística dá sua força e homologação do qual ele-mesmo é o ícone e exemplo para os demais poetas e toda a classe artística.

INOVAÇÕES E MUDANÇAS

O Prêmio Gilberto dos Santos é uma proposta de reformulação da forma de se conceber o festival de poesia falada de Japaratuba que traz como marca histórica a melhor poesia como sendo a melhor apresentação teatral, deixando a desejar no quesito textual que é a origem do poeta ao escrever.

Infelizmente, ainda as decisões estão atrealdas a essa herança, inclusive uma análise por pré-requisitos que dê o cosciente final do vencedor ou melhor poesia que nesse caso é a melhor apresentação!

Só duas inovações: a poesia pode ser lida e não há premiação para cenário – esta última, uma tentativa de desvincular da produção teatral.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Que a apuração se dê na íntegra, para que os participantes e o público possam acompanhar os resultados por cada quesito a ser analisado, como:

1. Melhor Poesia – (melhor texto) – Considera tema, construção e demais normas da versificação e estilo;

2. Melhor Intérprete  – Melhor O canto do poema (poesia falada), a fidelidade ao texto e o ritmo, interpretação independente de ser lido, sem cenário.

O cenário prepara o texto e insere percepções que poderiam passar despercebidas ou com outra interpretação na visão de cada julgador e o público. Além da leitura ser vista como um ponto de colisão entre o poema e o canto, por mais que se pregue o contrário, essa questão muda o foco de quem avalia.

AVALIAÇÃO

Não há como dizer que foi ruim um festival que tenha como prêmio a figura icônica do Sr. Gilberto dos Santos, dada a importância do evento para os poetas e por estarmos no celeiro da cultura sergipana.

Não obstante a ausência de público dada a preferência ás famosas “festas sociais” em detrimento dos eventos culturais, o festival teve boa apreciação do público local e participações inéditas de outros artistas da cidade.

Supondo que o cenário não interferiu no resultado, notadamente as premiações fazem jus aos recursos cênicos utilizados. E mais, a leitura também não causou boa impressão, apesar de permitida no regulamento. Isso deixou os jurados numa saia-justa, pois os resultados não podiam ser 100% cênicos, nem 100% textuais, e foi o que aconteceu.

Darquiran Costa, experiente e premiado nesse e em outros festivais, alcanço primeiro lugar, sem cenário físico, mas seu estilo próprio de declamar. Os demais seguem a cartilha anterior, das melhores produções cênicas, como é o caso de VIA CRUCIS NA MADRUGADA, forte favorito ao prêmio de melhor cenário, e, SUBLIME CRIAÇÃO À IMAGEM E SEMELHANÇA que cometeu o erro de dar o currículo do autor e intérprete – falha da organização!

O prêmio de melhor intérprete deixou a desejar, pois por mais talentoso que seja o vencedor, ele não estava em sua melhor atuação.

Curiosidades: Por conta da formatação do evento e, por mais absurdo que pareça, o homenageado nunca foi vencedor de nenhuma edição do banquete de poesias, inclusive, ano passado não teve seu poema classificado como finalista do referido evento, ficando de fora das apresentações. Felizmente, o que vale é que, nós artistas e intelectuais, em sã consciência, sabemos do valor e da importância do seu trabalho arístico e intelectual e do ser humano que respresenta o Sr. Gilberto dos Santos, independente de ser ou não vencedor do Festival de Poesias. O mesmo já foi premiado em concursos de outras cidades.

POR QUE SÓ JAPARATUBA E UM POETA ESTANCIANO PARTICIPARAM? (Não esquecemos)

A Secretaria de Cultura, responsável pelo evento, não cumpriu sua palavra quanto ao acordado em relaçao ao festival anterior sobre a denúncia de plágio. Não foi declarado oficialmente o que o vencedor de direito, mas não de fato fez contra o regulamento do festival.

Ficou acordado que o denunciado teria que pedir desculpas em público e a o órgão competente formalizar o resultado sem comprometer a soberania do juri, inclusive da suposta dispensa de devolução do prêmio. Ao contrário, acolheu o memso como participante da organização.

Por causas desse incidente e, por mais que se tentou limpar a cara do festival imprimindo uma figura respeitada e importante para a municipalidade, desde o ano passado que muitos poetas de outras cidades declararam a sua decisão de não mais participar de festivais de poesias em Japaratuba, dada ao desrespito e ausência de um regulamento que faça valer um resultado justo ou pelo menos sem tantas arbitrariedades.

É bom que a sociedade saibam desses fatos e a classe poética se organizem para modificar essa situação, afinal somos os poetas quem fazemos a poesia, independente de ser ou não o vencedor do festival!

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