sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O que fazer quando num estudo você descobre que as pessoas querem um determinado tipo de sociedade, mas ao olhar para a classe política parece que ninguém quer isso?”

Estamos em tempo de campnha política e, mais do que nunca precisamos nos conscientizar sobre o que significa esse período da chamada democracia. O poder que emana do povo...
Hoje, na aula de Història Econômica Geral, o Profº Eurílio Pereira mostrou um artigo muito interessante sobre a consciência social e política, muitas vezes mascaradas pela mídia e posta aos interesses dos detentores do poder (que é do povo!)



Por Luis Nassif Online

A justiça social nos países escandinavos


Por Vinicius Carioca
Do Diário do Centro do Mundo
O melhor teste para descobrir se uma sociedade é justa 
de Paulo Nogueira


Copenhague: a sociedade escandinava é mais igualitária e mais feliz que a americana

O que é uma sociedade justa?

O filósofo americano John Rawls (1921-2002) se debruçou sobre esta pergunta. Em 1971, Rawls publicou um livro aclamado: “A Teoria da Justiça”.
A idéia central de Rawls era a seguinte: uma sociedade justa é aquela na qual, por conhecê-la e confiar nela, você aceitaria ser colocado de maneira randômica, aleatória. Você estaria coberto pelo que Rawls chamou de “véu de ignorância” em relação à posição que lhe dariam, mas isso não seria um problema, uma vez que a sociedade é justa.
Mais de quarenta anos depois do lançamento da obra-prima de Rawls, dois acadêmicos americanos usaram sua fórmula para fazer um estudo. Um deles é Dan Ariely, da Universidade Duke, especializado em comportamento econômico. O outro é Mike Norton, professor da Harvard Business School.
Eles ouviram pessoas de diferentes classes sociais. Pediram a elas que imaginasse uma sociedade dividida em cinco fatias de 20%. E perguntaram qual a fatia de riqueza que elas imaginavam que estava concentrada em cada pedaço.
“As pessoas erraram completamente”, escreveu num artido Ariely. “A realidade é que os 40% de baixo têm 0,3% da riqueza. Quase nada. Os 20% de cima têm 84%.”
Em seguida, eles aplicaram o “véu de ignorância de Rawls”. Como deveria ser a divisão da riqueza para que eles se sentissem seguros caso fossem colocados ao acaso na sociedade?
Veio então a maior surpresa dos dois acadêmicos: 94% dos entrevistados descreveram uma divisão que corresponde à escandinava, tão criticada pelos conservadores dos Estados Unidos por seu elevado nível de bem-estar social, e não à americana. Na Escandinávia, os 20% de cima têm 32% da riqueza. (Disse algumas vezes já e vou repetir: o modelo escandinavo é o mais interessante que existe no mundo, um tipo de capitalismo extremamente avançado do ponto de vista social.)

Cena comum nos Estados Unidos de hoje: "tent cities", concentração em barracas de gente que perdeu a casa

“Isso me levou a pensar”, escreveu Ariely. “O que fazer quando num estudo você descobre que as pessoas querem um determinado tipo de sociedade, mas ao olhar para a classe política parece que ninguém quer isso?”
Bem, uma das respostas à questão está na eclosão de protestos nos Estados Unidos. Os “99%” do movimento Ocupe Wall Street estão esperneando por uma sociedade mais justa, que se encaixe na tese do “véu de ignorância” de Rawls.
Os 99% não são representados nem pelos democratas e nem, muito menos, pelos republicanos. Barack Obama e Mitt Romney jamais aceitariam ser colocados aleatoriamente na sociedade americana tal como é. As chances de que eles terminassem num lugar bem diferente daquele que ocupam seriam enormes. Talvez eles tivessem que dormir em carros ou em barracas, depois de perder a casa na crise econômica, como acontece hoje com milhões de americanos.
Para usar o método de Rawls, eis aí a demonstração do que é uma sociedade injusta.

Comentário: O título do artigo citado no texto é "Building a Better America−−One Wealth Quintile at a Time", e segue em anexo para a leitura de todos.
http://www.advivo.com.br/sites/default/files/documentos/norton_ariely_in_press.pdf

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