terça-feira, 12 de junho de 2012

JAPARATUBA - SE: 153 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA


Breve Histórico


Os primeiros povos a habitar esse município foram os indígenas, entre eles o cacique morubixaba Japaratuba, que habitava junto com a sua tribo a margem esquerda do Rio Japaratuba mirim, no lugar denominado Canavieirinhas, cujos domínios iam do Rio Siriri até o Rio Poxim do Norte, que, por sua vez, é confluente do Rio São Francisco.

A conquista do território de Japaratuba ocorreu sem nenhum derramamento de sangue. Em 1590, o conquistador Cristóvão de Barros chega às terras de Japaratuba, após várias batalhas com os caciques sergipanos Serigy, Surumbi, Baepeba e Siriri. O conquistador encontrou o cacique Japaratuba no sítio do já falecido cacique Siriri. Japaratuba apresentou-se a Cristóvão de Barros acompanhado por 12 índios armados com arcos e flechas e ornamentados com os aparatos de seus costumes. A intenção do cacique era pedir paz. Após rituais indígenas que foram repetidos pela comitiva de Cristóvão de Barros, todos foram à aldeia do cacique Japaratuba e lá seu irmão cacique Pacatuba também se rendeu, sem derramamento de sangue.

Em 15 de julho de 1623, as terras que ficavam "entre o Rio Sergipe e o Rio Japaratuba" foram repassadas para Bernardo Corrêa Leitão, Francisco Souza e Antônio Fernando Gundatre. No ano de 1691, o capitão Pedro Barbosa Leal e Paulo de Matos receberam a mesma sesmaria. Após a conquista do território do cacique Japaratuba, a aldeia foi vítima de perseguições por parte dos primeiros brancos que se instalaram na região e, em 1695, os descendentes do cacique Japaratuba foram expulsos do território em que habitavam. Em 1698, alguns frades, entre eles o frei Antônio da Piedade, tentaram catequizar os índios. Não obtendo sucesso, partiram de volta para as terras localizadas ao sul e ao centro de Sergipe. Cinco anos depois, sob requerimento do frei Antônio da Piedade, os índios conseguiram retornar às suas terras. Mas foi por volta de 1704 que os religiosos da Irmandade dos Carmelitas Calçados, liderados pelo frei João da Santíssima Trindade, chegaram àquelas terras.

Naquele mesmo ano, uma epidemia de varíola obrigou os índios a abandonarem o lugar de origem. Com isso, os carmelitas tiveram mais acesso aos índios, mas o surto obrigou todos a se mudarem para um lugar denominado Alto do Lavradio ou do Borgado. Com a transferência, a Coroa arrematou o terreno. Foi por isso, então, que surgiu o nome Missão de Japaratuba.

Sob o comando do frei João da Santíssima Trindade, os frades fundaram a Missão dos Índios e o Hospício dos Carmelitas de Japaratuba, cuja padroeira era Nossa Senhora do Carmo. Na parte mais elevada da colina foi construída uma igreja em homenagem à santa, que mais tarde teve o seu nome substituído pelo nome de Nossa Senhora da Saúde. A mudança certamente foi a tradução de um brado de socorro enviado à Virgem Maria contra as moléstias.

A presença dos frades fez com que a localidade ficasse conhecida nas redondezas pelo nome de Missão de Nossa Senhora da Saúde de Japaratuba. Em 1824, com a ascensão em Portugal do Marquês de Pombal, os carmelitas foram expulsos das colônias e a Missão de Japaratuba ficou sem aqueles que promoveram o cultivo da terra e a assistência educacional e religiosa.

O convento ficou abandonado e o hospício foi transformado em cemitério, permanecendo nessa condição até 1924, quando foi construído um novo cemitério. Atualmente, no local restam apenas ruínas da parede do fundo da igreja e do convento. Com a extinção da missão dos carmelitas, os indígenas foram desaparecendo da região. Os poucos que restaram mudaram-se para as terras do cacique Pacatuba.

Desde o início da formação do município, diversos engenhos foram construídos em volta da Missão de Japaratuba, motivo pelo qual recebeu um grande número de escravos. Segundo o historiador Felisbelo Freire, o atual município de Japaratuba chegou a ter mais escravos do que homens livres. Abrigou também um dos mais importantes quilombos de Sergipe, hoje conhecido como povoado Patioba. Flor da Murta, Bury, Palma, São José, Oiteirinhos, Riacho Preto, Boa Sorte, Timbó, Cruz, Tabua, Saquinho, Tobo, Cabral, São João, Soledade e outros engenhos tornaram Japaratuba um dos principais produtores de açúcar da Província de Sergipe D'El Rey.

No século XIX, Sergipe contava com dezesseis vilas e nove povoados, entre eles a povoação da Missão de Japaratuba. Em 1811, essa localidade foi considerada distrito administrativo da Comarca de Capela. Em 27 de junho de 1854, Japaratuba foi elevada à condição de freguesia. Cinco anos mais tarde, precisamente no dia 11 de junho de 1859, pela Resolução Provincial de nº 555, assinada pelo presidente da Província de Sergipe D'El Rey, Inácio Joaquim Barbosa, a freguesia de Japaratuba foi elevada à categoria de vila, tornando-se, ao mesmo tempo, município independente de Capela.

Em 24 de agosto de 1934, pelo decreto-lei de nº 238, do então interventor federal coronel Augusto Maynard Gomes, a sede do município é elevada à categoria de cidade, ao tempo em que é transformada em Sede de Comarca, abrangendo os termos de Carmópolis e Japoatã. Em 1963, o então povoado de Pirambu se tornou independente do município de Japaratuba, passando também a ser comarca desse Município..

Disponível em: http://www.emdagro.se.gov.br/modules/wfdownloads/visit.php?cid=1&lid=233










Hino de Japaratuba
Letra e Música: Roberto Becker


Nasceu as margens do, Japaratuba
O povoado foi crescendo mais bonito
Com as bençãos da Senhora da Saúde
Com o amparo e graça de São Benedito

Parabéns, 11 do mês de junho
Nesta data expressiva e tão bela
O seu povo canta ao ver Japaratuba
Com orgulho desmembrando de Capela

Nasceu....

Sua gente é de raça guerreira
Descendente do irmão Pacatuba
Sou feliz, sou natural do município
Glorioso torrão de Japaratuba

Nasceu...

Suas terras dão produtos mais fortes
Verdes campos engrandecem sua área
Caminhando forte vai Japaratuba
Aumentando a agricultura e pecuária


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